Desastres, decisões e negócios: o que o autossalvamento em enchentes ensina sobre liderança em tempos de crise



Fabrizio Gallo Tabet faz um paralelo entre situações extremas e a rotina de empresas que precisam agir rápido para evitar o colapso.

Quando uma enchente atinge uma região, o que define quem consegue escapar a tempo nem sempre é a força do socorro, mas a preparação de quem está no caminho. O conceito de autossalvamento parte dessa lógica: a pessoa precisa saber reconhecer os sinais de risco e agir sozinha antes que a ajuda chegue. No mundo dos negócios, o raciocínio não é muito diferente.

Fabrizio Gallo Tabet, gerente de negócios com atuação em Americana-SP, já viu muitas empresas afundarem porque esperaram demais por uma solução externa. “Tem hora que o socorro não vem. E o que salva a empresa é a capacidade de identificar os riscos e agir rápido, antes que a água suba”, afirma.

Com experiência em reestruturação de empresas em situação delicada, Fabrizio costuma fazer esse paralelo entre gestão de crise ambiental e empresarial. Para ele, os princípios são semelhantes: monitoramento constante, leitura realista do cenário e ação antecipada.

“Uma empresa em crise dá sinais. A diferença entre fechar as portas ou se recuperar está justamente em quem presta atenção nesses sinais e toma uma atitude enquanto ainda há tempo”, diz.

Assim como alguém que vive em área de risco precisa saber para onde correr quando a sirene toca, o empresário precisa entender os caminhos que tem se o caixa apertar, as vendas despencarem ou a operação perder sentido.

Na prática, isso a por planejamento, dados confiáveis, conversa aberta com a equipe e, principalmente, disposição para mudar o que for necessário. Fabrizio observa que muitas empresas quebram não pela crise em si, mas pela demora em encará-la.

“Tem gestor que prefere esperar mais um trimestre, torcer para melhorar. E quando percebe, o estoque está parado, a dívida cresceu e os bons funcionários já saíram.”

A lógica do autossalvamento, nesse contexto, não é sobre sobrevivência isolada. É sobre consciência, antecipação e cultura organizacional: criar um ambiente em que as pessoas sintam liberdade para identificar riscos e responder com agilidade.

“Não existe empresa blindada contra crise, mas existe empresa preparada para reagir. E isso faz toda a diferença.”

Mais do que evitar o pior, pensar em autossalvamento dentro dos negócios é desenvolver uma mentalidade ativa diante da instabilidade — algo que, no Brasil, já deixou de ser exceção há muito tempo.

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