Principal causa do aumento seria a falta de o aos serviços de saúde
A pandemia do coronavírus fez subir em 132% o número de mortes cardiovasculares. Isso é o que aponta uma pesquisa realizada pelas universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e Rio de Janeiro (UFRJ), em conjunto com o Hospital Alberto Urquiza e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O levantamento foi realizado em seis capitais: Belém (PA), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Recife (PE). O maior aumento foi constatado em Manaus, 126%, e o menor em São Paulo, com 31%.
O cardiologista do Hospital Marcelino Champagnat, Gustavo Lenci, alerta que os maiores índices de crescimento ocorreram nas cidades em que o sistema de saúde entrou em colapso ou chegou perto de colapsar. “Embora a COVID-19 tenha acometimento cardiológico, pelo recorte do local onde a pesquisa foi realizada, talvez seja mais correto afirmarmos que foi por falta de o da população ao sistema de saúde do que propriamente efeitos da doença”, ressalta. Além disso, muitos pacientes não mantiveram o acompanhamento de doenças, como diabetes e hipertensão, por medo do contágio da COVID-19. Para se ter uma ideia, a instituição, que é referência em cardiologia, registrou queda de mais de 40% no número de exames realizados desde o início da pandemia.
Mesmo antes da pandemia, as doenças cardiovasculares já eram apontadas como a principal causa de morte no Brasil. De acordo com a SBC, são mais de 1100 mortes por dia, o que dá uma morte a cada 90 segundos, por isso, o médico alerta que, mesmo com a chegada da vacina, é essencial que a população mantenha os cuidados com a saúde. “Para evitar problemas cardíacos, é fundamental ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos regularmente e não fumar. Enfim, as pessoas precisam se conscientizar e cortar os hábitos nocivos à saúde”, frisa Lenci.